quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Bebendo Água?


Você já viu aquelas imagens de crianças brincando em meio as águas sujas de um córrego? Não é de partir o coração ver que nesse mundo pessoas vivem em condições tão precárias. Realmente isso nos questiona de maneira que ficamos a pensar o motivo de na maioria das vezes essas pessoas não quererem sair dessa condição de miséria. No que se refere a vida espiritual essa realidade pode se repetir sem nenhum problema, basta ver a infinidade de pessoas que não continuam "brincando no córrego". Essa realidade exprime por demais a insuficiência de transceder as coisas que aparentemente são as possibilidades de um perigoso "novo".

Digo que por vezes nos acostumamos beber água suja achando que ela faz muito bem e que não há nenhum problema em matar a sede com toda intensidade. Sabemos que o homem pode passar um certo período sem comer, no entanto a falta de água o levará à morte. Assim já sabemos o papel importantíssimo que a água tem na vida de uma pessoa. Dessa forma quando se fala em teologia, falamos de uma realidade parecida, pois muita gente achando que estar tomando água mineral acaba bebendo algo parecido com aquela água dos córregos. O interessante é que de tanto beberem essa água suja e na maioria das vezes podre, estranham quando por um momento bebem algo menos danoso a saúde, ao ponto de se sentirem mal. Resta saber se vão continuar a beberem esgoto achando que estão bebendo água mineral.

P.S. Cuidado: antes de beber verifique a "validade" da água.

Emanuel Rodrigues

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Entre Manequins e Sonâmbulos...


Gostaria de destacar uma interessante reportagem que descobri numa página de um Jornal.

Essa mesma fala que hoje em dia estamos vivendo num tempo onde as pessoas se desfazem rápido demais das heranças que elas herdaram. Assim muitas coisas aparecem hoje como sendo medievais e antiquadas para os tempos modernos em que vivemos. É muito comum vermos manequins e sonâbulos por ai. Os primeiros já sabem tudo e no auge da sua arrogância inteletual vivem parados como seus "irmãos" que são usados como expositores de lojas. Eles, por sua vez, no intento de enganar a muitos terminam engando a si mesmos e esquecem que por vezes vivem na ditadura do eu onde o que falo e penso tem que ser acatado por todos, pois do contrário, são ulltrapassados, isto é, fala-se muito em aceitação da alteridade, mas chegamos numa conclusão drástica: vivem na ditadura do eu quero, eu penso, eu faço.

Os outros vivem na sombra do seu sono acadêmico andam por ai quase desterrados, amorfinados pelos seus "conhecimentos" despresam toda forma de possibilidade de fazer a diferença, pois acreditam que o defunto que carregam ainda está vivo. Isto é preocupante, pois mostra que esses sonâmbulos não tem sensibilidade nem sequer ao odo, visto que o defunto por vezes já não cheira bem. Assim, realidades diferentes, mas pensamentos parecidos. Os primeiros sempre carregados por idéias efêmeras e os outros sempre amorfinados pelas mesmas idéias.

Ainda bem que sempre há um sopro de vida que coloca de pé os ossos secos e que dá vida aqueles que estavam presos sob o domínio do sono da morte. Oxalá que o Espírito Santo lhes dê vida nova para conseguirem sobreviver aos topores da vida. Assim, "deixai-vos conduzir pelo Espírito." (Gl 5, 16)

Em Jesus Cristo: Emanuel Rodrigues

Entrevista Sobre o Retorno dos Anglicanos

Entrevista com Mons. Stetson, especialista no diálogo com a Comunhão Anglicana Tradicional

Por Karna Swanson
HOUSTON, terça-feira, 27 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- Na semana passada, Bento XVI surpreendeu o mundo com a notícia que permitirá que grupos anglicanos que desejam entrar em plena comunhão com a Igreja Católica o façam através de ordinariados pessoais, preservando ao mesmo tempo elementos da tradição espiritual e litúrgica anglicana.
A provisão de ordinariados é a resposta do Vaticano aos anglicanos que expressaram o desejo de converter-se em católicos. Estima-se que cerca de 25 bispos anglicanos tenham feito uma petição similar.
Até agora, existia uma provisão pastoral, emanada por João Paulo II em 1980, mas que só contemplava os casos individuais de sacerdotes episcopalianos que desejavam abraçar o catolicismo.
Para entender como funcionam os ordinariados pessoais e a importância desta iniciativa, Zenit entrevistou Mons. William Stetson, sacerdote do Opus Dei e secretário delegado eclesiástico da Congregação para a Doutrina da Fé para a Provisão Pastoral de ex-sacerdotes episcopalianos (termo utilizado para designar os membros da Comunhão Anglicana nos Estados Unidos e na Escócia).
Stetson trabalha em um Escritório de Provisão Pastoral na paróquia de Nossa Senhora de Walsingham, uma congregação de tradição anglicana na arquidiocese de Galveston-Houston.
-O que é um ordinariado pessoal? Existe em algum outro lugar na Igreja?
Monsenhor Stetson: Um ordinariado é uma estrutura jurisdicional composta por um prelado com jurisdição ordinária, seu próprio clero incardinado que o assiste em seu trabalho pastoral e os fiéis leigos, por quem vela.
Existe um ordinariado militar em muitos países, que tem a responsabilidade do cuidado pastoral daqueles que servem nos exércitos e de suas famílias. Nos Estados Unidos, ele se chama Arquidiocese para os Serviços Militares (Archdiocese for the Military Services). Que eu saiba, não existem outros ordinariados.
-Qual é a diferença fundamental entre a provisão pastoral de 1980 e a nova constituição apostólica?
Monsenhor Stetson: A provisão pastoral não tinha conteúdo canônico e não contemplava o exercício do poder de governo. A nova constituição apostólica estabelecerá normas canônicas no mais alto nível, para prover a criação de novas estruturas canônicas, chamadas “ordinariados”, em nações individuais. Em conformidade com as normas gerais, cada ordinariado terá o poder de governo (jurisdição) sobre um determinado tipo de pessoas e assuntos.
-O que acontecerá com as paróquias católicas de tradição anglicana (Anglican Use parishes) que estiveram funcionando durante anos?
Monsenhor Stetson: Até este momento, as chamadas paróquias de tradição anglicana nos Estados Unidos são paróquias da diocese onde estão presentes, que mantêm elementos da tradição anglicana, especialmente a liturgia.
Não há relação canônica entre elas ou com o delegado eclesiástico da provisão pastoral.
Presumivelmente, se for estabelecido um ordinariado nos Estados Unidos, as paróquias passariam a ser jurisdição do novo ordinariado e ficariam sob a jurisdição do prelado do ordinariado.
As futuras paróquias e comunidades de culto poderiam ser estabelecidas pelo ordinário do ordinariado a pedido de grupos de fiéis anglicanos com um sacerdote, após a consulta ao bispo do lugar em que se encontram.
-Qual é o motivo de estabelecer estes ordinariados pessoais? Por que a provisão pastoral não era suficiente?
Monsenhor Stetson: A provisão pastoral é um mero processo administrativo para preparar os antigos sacerdotes episcopalianos casados para serem ordenados como sacerdotes católicos, a pedido dos bispos diocesanos. O novo ordinariado proverá uma estrutura canônica similar a uma diocese, para o cuidado pastoral dos fiéis leigos que procedem da igreja episcopaliana.
-Esta estrutura canônica parece responder diretamente a uma petição realizada há dois anos pela Comunhão Anglicana Tradicional, que tem cerca de 400 mil membros no mundo inteiro. Você acha que muitos desses membros entrarão em comunhão com a Igreja Católica através do ordinariado pessoal?
Monsenhor Stetson: A Comunhão Anglicana Tradicional é, na verdade, uma confederação de autodenominadas dioceses presentes em muitos países; está formada por sacerdotes, fiéis leigos e bispos. A Comunhão Anglicana Tradicional, como tal, nunca fez parte da Comunhão Anglicana sob a autoridade do arcebispo da Cantuária.
O que vai acontecer com as dioceses nos países concretos dependerá das decisões tomadas pela hierarquia católica nos respectivos países, com a Congregação para a Doutrina da Fé. Seu número maior está na África e na Ásia.
-Como será o processo para os anglicanos, especialmente sacerdotes e bispos, que entrarem na Igreja através do ordinariado?
Monsenhor Stetson: A constituição apostólica que permitirá a criação de ordinariados em cada país ainda não foi apresentada. Por esta razão, não conhecemos a natureza do processo. Eu anteciparia que será similar ao usado nos últimos 27 anos pela provisão pastoral aqui nos Estados Unidos, e sua homóloga na Inglaterra.
-O anúncio vaticano contempla a possibilidade de que um ordinariado católico tenha seminaristas, que se preparariam junto com os seminaristas católicos, “ainda que o ordinariado estabeleceria uma casa de formação dirigida às necessidades particulares de formação no patrimônio anglicano”. Isso incluiria a possibilidade de matrimônio para estes seminaristas anglicanos?
Monsenhor Stetson: Os pontos específicos desta questão ainda não foram revelados. Ao menos suponho que os seminaristas teriam de estar casados e estudar em um seminário anglicano no momento que trataram de entrar em plena comunhão, e logo continuar estudando para o sacerdócio em um seminário católico. Eles teriam de receber a dispensa da norma do celibato, estudando a Santa Sé caso por caso. Os futuros seminaristas teriam de ser celibatários.
-Que outras tradições os anglicanos manteriam ao entrar na Igreja Católica pela via do ordinariado pessoal?
Monsenhor Stetson: As paróquias pequenas, que permitem uma maior coesão. Uma rica tradição de expressão litúrgica (linguagem, música, vestimentas, espaço) em inglês, que data do século XVI. Isso também incluiria uma grande tradição da utilização da Sagrada Escritura na pregação, o amor pelos Padres da Igreja e uma expressão teológica além da escolástica católica romana.
-Por que o Vaticano pode oferecer esta concessão apenas aos anglicanos, e não aos luteranos, presbiterianos etc., que quiserem entrar na Igreja?
Monsenhor Stetson: Os anglicanos desfrutaram sempre de um lugar especial na atitude católica para com a ruptura da unidade dos cristãos no Ocidente depois do século XVI. A Igreja da Inglaterra tentou manter muitos elementos da Igreja Católica e, ao mesmo tempo, ser protestante. A Igreja da Inglaterra manteve uma maior unidade dentro de si mesma e, portanto, poder-se-ia tratar como uma entidade única nas conversações com Roma.
-Falou-se que esta medida afetará negativamente o diálogo anglicano-católico, quer dizer, o Conselho Internacional Anglicano-Católico (ARCIC). É certo?
Monsenhor Stetson: Aparentemente não, de acordo com as manifestações das autoridades católicas e anglicanas na Inglaterra e em outros países que estão implicados no diálogo ecumênico. Só o tempo dirá.
-Por que é uma boa notícia para os anglicanos que buscam a plena comunhão com a Igreja Católica?
Monsenhor Stetson: Os anglicanos que entrarem na comunhão plena encontrarão um lar espiritual familiar na Igreja Católica através das paróquias que o prelado do ordinariado será capaz de estabelecer com os sacerdotes e o pessoal especialmente preparado, que também virá da tradição anglicana.
Do Zenit

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Onde está esse exterminador da unidade?


Esses dias li uma reportagem que chamava o Papa Bento XVI de exterminador da Unidade na Igreja. Essa reportagem se baseia na "polêmica" declaração Dominus Iesus que segundo algumas pessoas foi uma ferida no caminho ecumênico. Sabemos que essa reportagem é bastante tendenciosa, prá não dizer ideológica. No entanto, parece que aquele que era considerado o exterminador da unidade está dando passos sginificativos para a restauração da mesma.

Primeiramente foi a aproximação com as Igrejas irmãs Ortodoxas, aproximação importantíssima com os lefebvrianos os admitindo na Igreja, depois a abertura aos Anglicanos que querem retornar e agora uma mensagem ao Patriarca Karekin II e aos Católicos da Armênia. Fiquemos pois atentos visto que os passos em direção ao ecumenismo estão sendo dados de maneira muito profunda e segura. Não é de se extranhar que esse Papa tão conhecido por ser retrógado ou até mesmo conservador, dê passos buscando cada vez mais a comunhão.

Em Cristo:

Emanuel Rodrigues

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Os Vultos que não querem ir embora


Quem não lembra daqueles filmes de terro que nos prende a atenção o tempo todo. Dá aquela sensação que a qualquer momento a assobração vai aparecer. No cenário da Igreja parece que há algumas inicitivas que querem repetir o fatídico episódeo da desconfiança angustiante. No entanto em meio as surpresas da vida a Igreja, consciente de sua missão, espanta os velhos vultos que insistem em "assustar" a sua caminhada.

Parece que as coisas estão ficando sem sentido? Não. É apenas o reflexo do resultado mais claro, pois nesses tempo hodiernos a heresia se apresenta como algo fácil, rápido e sem problemas maiores. Todavia nem sempre o mais prático é o correto posto que por vezes a clareza no caminho não significa certeza onde se quer chegar, pois só com o auxílio de Deus conseguiremos continuar a caminhada no certame que nos é proposto.

Sendo assim, se os vultos pensam que vão nos assustar com seus ruidos estão enganados, pois procuraremos mostrar-lhes que eles já estão sem destino a muito tempo. A Igreja é mais do que um "grupinho" que se reúne, mas é a continuadora da missão de Jesus, que no momento certo expulsou os espíritos que aflingiam as pessoas. Assim também não tenhamos medo de dizer que somos filhos da luz.

Com Carinho: Emanuel Rodrigues

domingo, 25 de outubro de 2009

Reflexões um Seminarista.


Gostaria de refletir com você, que obviamente está lendo essa reflexão, sobre o motivo pelo qual as pessoas ditas ensistem em criticar as atitudes da nossa Igreja. Antes se falava de infiltrados ou até mesmo desterrados e hoje como podemos denominar essa sede de crítica? Seria uma irrupção de amor pela mesma Igreja ou uma sede de crítica que se resume apenas a uma espécie de verborragia sem nenhum comprometimento com o Reino de Deus? Agora não vejo os mais críticos dizerem nada sobre a última decisão do Santo Padre o Papa Bento XVI. Como você ainda pode não estar sabendo, (ver notícia no Blog) ele está diante de uma realidade diferente, pois inúmeros anglicanos estão querendo voltar à comunhão com a Igreja Católica e por isso será criada uma comissão para cuidar do caso e acolher os irmãos que sentem o momento favorável para um retorno.

Acredito que esse passo da Igreja em acolher os irmãos é uma expressão da misericórdia da Igreja que se esforça para seguir Jesus Cristo. Quando acontece erros na Igreja já sei que as críticas cchegam com toda força, no entanto num momento de luz e de acolhida perante o outro, isto é, parece que nem ruídos acontecem. Tá certo vamos esperar, quem sabe algo de errado pode acontecer e ai teremos muitas críticas para ouvir, todavia enquanto isso não acontece aproveitemos a brisa leve.

sábado, 24 de outubro de 2009

A verdade sobre a volta dos Anglicanos para a Igreja Católica


A questão dos Anglicanos na Igreja Católica


Por Carmen Elena Villa


CIDADE DO VATICANO, sexta-feira, 23 de outubro de 2009 (ZENIT.org).- As disposições da Santa Sé sobre os anglicanos que solicitaram a adesão à Igreja Católica, especialmente a dispensa do celibato aos sacerdotes casados, "não terá um impacto fundamental" na África.
Assim afirmaram os bispos presentes na coletiva de imprensa realizada hoje na Santa Sé, para dar a conhecer o Nuntius ("Mensagem") de conclusão da 2ª Assembleia Especial para a África, do Sínodo dos Bispos.
Uma jornalista formulou esta pergunta depois de que, na última terça-feira, a Santa Sé anunciara a publicação de uma constituição apostólica de Bento XVI, com a qual a Igreja aceita a petição de numerosos bispos, sacerdotes e fiéis anglicanos para entrar em comunhão plena e visível com ela.
Os antigos anglicanos que desejem aderir plenamente à Igreja farão parte de uma estrutura canônica especial, que contará com seu próprio ordinário (um bispo ou sacerdote), seus próprios sacerdotes, seminaristas e fiéis.
Tal estrutura contará com algumas adaptações à tradição anglicana. Dentro dela, permitir-se-á aos sacerdotes anglicanos casados que sejam ordenados como presbíteros na Igreja Católica e que exerçam o ministério mantendo sua vida familiar como casados.
Frente a esta questão, Dom John Olorunfemi Onaiyekan, arcebispo de Abuja (Nigéria) e presidente da comissão para a mensagem final do sínodo, respondeu que a dispensa do celibato para os sacerdotes ex-anglicanos não trará problemas na vivência desta disciplina no clero do seu país.
"Isso não terá um impacto fundamental em nosso continente", assegurou o prelado.

Ver: Zenit

Só passando!



Quem nunca pensou em se comunicar. Dar-se a conhecer! Esse é a grande marca do ser humano conhecer e deixar-se conhecer. Estou dando meus passos: Dê os seus!
Seja Feliz

Cristãos e Muçulmanos:Juntos para vencer a pobreza



MENSAGEM PARA O FIM DO RAMADÃO
‘Id al‑Fitr’ 1430 H. / 2009 A.D.


Caros Amigos Muçulmanos
1. Por ocasião da conclusão do mês do Ramadão, desejo apresentar votos de paz e de alegria e, por meio desta Mensagem, propor uma reflexão comum sobre o tema: Cristãos e Muçulmanos: Juntos para vencer a pobreza.
2. Devemos claramente alegrar‑nos porque, no decorrer dos anos, esta Mensagem do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter‑religioso se tornou não apenas um costume mas um encontro esperado. Em muitos países, tem sido uma ocasião de encontro amistoso entre numerosos Cristãos e Muçulmanos. Frequentemente até corresponde a uma preocupação comum, propícia a partilhas abertas e confiantes. Não é verdade que todos estes elementos constituem sinais de amizade entre nós, pelos quais devemos dar graças a Deus?
3. Vindo ao tema deste ano, a pessoa humana que experimenta a situação de indigência encontra‑se no centro de preceitos que nos são caros, por títulos diversos. A atenção, a compaixão e a ajuda que todos, irmãos e irmãs na humanidade, podemos oferecer àquele que é pobre, para o repor no seu lugar na sociedade dos homens, é uma prova viva do Amor do Altíssimo, visto que é o homem enquanto tal que Ele nos chama a amar e a ajudar, sem distinção de pertença.
Todos sabemos que a pobreza humilha e gera sofrimentos intoleráveis. Muitas vezes, estes estão na origem de isolamento, de ira e mesmo de ódio e desejo de vingança. Isto poderia levar a acções de hostilidade com todos os meios disponíveis, procurando também justificá‑los com considerações de índole religiosa: apoderar‑se, em nome de uma pretensa «justiça divina», da riqueza do outro, incluindo da sua paz e segurança. Por isso, rejeitar os fenómenos de extremismo e de violência exige necessariamente a luta contra a pobreza, através da promoção de um desenvolvimento integral, que o Papa Paulo VI definiu como «o novo nome da paz» (Carta Encíclica Populorum Progressio, 1975, n. 76).
Na recente Carta Encíclica Caritas in Veritate, sobre o desenvolvimento humano integral na caridade e na verdade, Sua Santidade o Papa Bento XVI, tendo em conta o contexto actual do empenho em favor do desenvolvimento, põe em destaque, entre outras coisas, a necessidade de uma «nova síntese humanista» (n. 21) que, salvaguardando a abertura do homem a Deus, o recoloque no centro e no cume de tudo quanto existe sobre a terra (n. 57). Um autêntico desenvolvimento, portanto, terá que estar ordenado ao «homem todo e a todos os homens» (Populorum Progressio, n. 42).
4. Na sua homilia de 1 de Janeiro passado, por ocasião do Dia Mundial da Paz de 2009, o Papa Bento XVI fazia a distinção entre dois tipos de pobreza: uma pobreza a combater e uma pobreza a abraçar.
A pobreza a combater está ao alcance dos olhos de todos: a fome, a falta de água potável, a escassez de cuidados médicos e de habitação adequada, a carência de sistemas educativos e culturais, o analfabetismo, sem esquecer a existência de novas formas de pobreza «como, por exemplo, nas sociedades ricas e progressivas,… fenómenos de marginalização, de pobreza relacional, moral e espiritual» (Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2009, n. 2).
A pobreza que se deve abraçar é a que convida a adoptar um estilo de vida simples e essencial, que evita o desperdício, que respeita o ambiente e todos os bens da Criação.
Esta pobreza é também, pelo menos durante certos períodos do ano, a da frugalidade e do jejum. A pobreza escolhida predispõe para sairmos de nós próprios e dilata o coração.
5. Como crentes, desejar o entendimento para buscar em conjunto soluções justas e duradouras para o flagelo da pobreza significa também reflectir sobre os graves problemas do nosso tempo e, quando é possível, esforçar‑se em conjunto para encontrar uma resposta. É necessário que a referência aos aspectos da pobreza ligados à globalização das nossas sociedades revista um sentido espiritual e moral, dado que partilhamos a vocação de construir uma só família humana, na qual todos – indivíduos, povos e nações – orientam os seus comportamentos segundo os princípios da fraternidade e responsabilidade.
6. Um olhar atento sobre o complexo fenómeno da pobreza conduz‑nos fundamentalmente a ver a origem na falta de respeito da dignidade inata da pessoa humana e chama‑nos a uma solidariedade global, por exemplo através da adopção de um «código ético comum» (João Paulo II, Discurso à Pontifícia Academia das Ciências Sociais, 27 de Abril de 2001, n. 4), cujas normas não teriam apenas um carácter convencional, mas estariam radicadas na lei natural inscrita pelo Criador na consciência de todo o ser humano (cf. Rm 2, 14‑15).
7. Parece que em diversas partes do mundo passámos da tolerância ao encontro, a partir de vivências comuns e de preocupações partilhadas. Esta é uma importante etapa que já se alcançou.
Pondo à disposição de todos a riqueza que brota da oração, do jejum e da caridade de uns e de outros, não é porventura possível que o diálogo mobilize as forças vivas de quantos se encontram a caminho em direcção a Deus? O pobre interpela‑nos, desafia‑nos, mas sobretudo convida‑nos a colaborar numa causa nobre: vencer a sua pobreza!
Bom e feliz ‘Id al‑Fitr’!
Cardeal Jean-Louis Tauran Presidente
D. Pier Luigi Celata Secretário

23ª Semana Nacional de Liturgia discutiu “Ecologia e Liturgia”

Da cnbb
Terminou nesta sexta-feira, 23, em São Paulo (SP), a 23ª Semana Nacional de Liturgia, promovida pelo Centro Universitário Salesiano do estado de São Paulo (Unisal). O evento ocorreu no Centro de Pastoral Santa Fé.“Ecologia e Liturgia” foi o tema da Semana, que contou com a participação de 237 agentes de pastoral litúrgica de todas as regiões do Brasil. O Encontro foi assessorado pelo teólogo, frei Luiz Carlos Susin, André Luiz Malvezzi e Ione Buyst.
O assessor da Comissão de Liturgia da CNBB, padre Gustavo Haas, participou da Semana. Segundo ele, o objetivo inicial do encontro foi educar para a sensibilidade, consciência e compromisso ecológico e sua ligação íntima com a liturgia. “Na avaliação do encontro foi unânime a importância desta Semana para a criação e ampliação de nossa consciência sobre a responsabilidade que temos para com a ecologia, a partir da vivência plena da liturgia”, afirmou.
O bispo de Rubiataba-Mozarlândia (GO), dom Adair Guimarães, presidiu a missa de conclusão da Semana e lembrou em sua homilia que a liturgia tem potencial ecológico e que é preciso se aproveitar disso. "O mundo e tudo o que tem nele é de Deus. Nós e todas as tradições religiosas tem a colaborar com a relação da sacralidade que está por trás da criação. A liturgia tem um potencial ecológico. Temos que explorar garimpar a liturgia e descobrir todo o potencial ecológico que ela tem”, sublinhou. Concluindo, o bispo afirmou que irá fazer a experiência e explorar o potencial da liturgia no âmbito ecológico. “Eu mesmo vou começar a experimentar a liturgia na sua potencialidade ecológica, participar espiritualmente na liturgia e deixar-me converter pelo Espírito. É uma conversão ecológica de nós mesmos na liturgia. Uma segunda coisa a ser garimpada é na ciência litúrgica, nos estudos e começar a publicar em todos os níveis de formação e incluir esta perspectiva ecológica”.

Minhas Reflexões

Minhas Reflexões
Esse Blog tem por finalidade partilhar com você caro leitor algumas das minhas reflexões. Agradeço a sua atenção e lhe peço que sempre que for possível deixar seu comentário sobre os textos. Obrigado